ATA DA VIGÉSIMA QUARTA
SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 21-8-2001.
Aos vinte e um dias do
mês de agosto do ano dois mil e um reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e
vinte minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Carlos de Freitas e
Castro Smith, nos termos do Projeto de Resolução nº 018/01 (Processo nº
1158/01), de autoria do Vereador Paulo Brum. Compuseram a MESA: o Vereador
Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor César
Alvarez, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio - SMIC,
representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Telmo
Kruse, Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor
Carlos de Freitas e Castro Smith, Homenageado; o Vereador Paulo Brum, na
ocasião, 2º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor
Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional,
interpretado pelo barítono Sérgio Santos, acompanhado pelo pianista Germano
Mayer. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores
que falariam em nome da Casa. O Vereador Paulo Brum, em nome da Bancada do
PMDB, discorreu sobre aspectos
relativos à vida pessoal e profissional do Homenageado, destacando o caráter empreendedor do Senhor
Carlos Freitas e Castro Smith no desempenho de suas atividades comerciais e
justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente
homenagem. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador
Hélio Corbellini. Após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores
Vereadores. O Vereador Antonio Hohlfeldt, em nome da Bancada do PSDB, prestou
sua homenagem ao Senhor Carlos Freitas e Castro Smith, tecendo considerações
acerca da importância da atuação de Sua Senhoria, no que tange à implementação
de projetos de cunho social em Porto Alegre, e aludindo às características de
firmeza e equilíbrio demonstrados pelo Homenageado ao longo de sua vida. O
Vereador José Fortunati, em nome da Bancada do PT, externou sua satisfação em participar da presente solenidade, discursando a respeito das atividades
desenvolvidas pelo Homenageado, especialmente como um dos idealistas do Fórum
da Liberdade e parabenizando a participação de Sua Senhoria na construção de
uma sociedade mais justa. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT,
cumprimentou o Vereador Paulo Brum pela proposição da presente homenagem,
salientando a justeza da concessão do Título Honorífico de Cidadão Emérito de
Porto Alegre ao Senhor Carlos Freitas e Castro Smith e comentando aspectos
singulares da personalidade do Homenageado, especificamente no campo
empresarial. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada do PPB, salientou
as características de dinamismo e lisura presentes na vida pessoal e
profissional do Senhor Carlos Freitas e Castro Smith, afirmando ser Sua
Senhoria um exemplo de cidadão porto-alegrense engajado na preservação dos
valores morais da sociedade. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do
PFL, reportando-se à aprovação
unânime do Projeto de Resolução que concedeu o Título Honorífico de Cidadão
Emérito de Porto Alegre ao Senhor Carlos de Freitas e Castro Smith, exaltou a
vocação empreendedora de Sua Senhoria, referindo-se a diversos projetos
desenvolvidos pelo Homenageado no Brasil e no exterior. A seguir, o Senhor
Presidente, convidou o Vereador Paulo Brum a proceder à entrega da Medalha e do
Diploma, ao Senhor Carlos de Freitas e Castro Smith, referente ao Título
Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre, concedendo a palavra ao
Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Após, o Senhor Presidente
convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense,
interpretado pelo barítono Sérgio Santos, acompanhado pelo pianista Germano
Mayer e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou
encerrados os trabalhos às dezoito horas e quarenta e dois minutos, convidando
a todos para a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram
presididos pelo Vereador Fernando Záchia e secretariados pelo Vereador Paulo
Brum, 2º Secretário. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estão abertos os trabalhos da presente
Sessão Solene destinada à outorga do Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre
ao Sr. Carlos de Freitas e Castro Smith, nos termos do PR nº 018/01, de autoria
do Ver. Paulo Brum.
Compõem
a Mesa dos trabalhos o homenageado Dr. Carlos de Freitas e Castro Smith; o Sr.
Secretário Municipal de Indústria e Comércio, representante da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, neste ato, o Dr. César Alvarez; o Sr. Vereador Paulo
Brum, proponente desta Sessão Solene; o Sr. Presidente do Conselho dos Cidadãos
Honorários de Porto Alegre, Dr. Telmo Kruse.
Convidamos a todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino
Nacional, executado pelo barítono Sérgio Santos, acompanhado pelo pianista Germano
Mayer.
(Apresentação
do Sr. Sérgio Santos, que interpreta o Hino Nacional.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência cumprimenta o Ver.
Paulo Brum pela nobre iniciativa em homenagear com o título de Cidadão Emérito
um dos cidadãos menos velho, 47 anos, como lembrava o Presidente Telmo Kruse. É
importante que se registre a trajetória do homenageado, o reconhecimento da
Câmara Municipal de Porto Alegre, não ao empresário, ao empreendedor, mas, sem
dúvida alguma, ao homem que busca o equilíbrio social, a justiça social, e que
tem a preocupação de gerar riquezas e, conseqüentemente, gerar novos empregos
e, com isso, estar minimizando as diferenças sociais que ainda imperam em nossa
Cidade.
Quando a Câmara Municipal, de uma maneira unânime, através
da proposição do Ver. Paulo Brum, concede esse título, ela reconhece a sua
trajetória, o seu trabalho, os seus esforços e, principalmente, a visão de um
homem que quer construir uma grande cidade com equilíbrio e justiça social que
todos nós queremos.
O
Ver. Paulo Brum, proponente desta Sessão Solene, está com a palavra, e falará
também pela Bancada do PMDB.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Uma saudação especial à esposa do
nosso homenageado Sr.ª Cristina Leal; aos filhos Júlia, Patrícia e Marcelo;
também à sua mãe Dona Alda Smith; e à sua irmã Rosita Cantatore.
Na
verdade, o nosso Presidente, na introdução, penso que muito bem já encaminhou o
meu pronunciamento. Quero dizer para o Dr. Carlos que sinto-me bastante honrado
em poder propor essa homenagem da nossa Câmara Municipal e, como disse o nosso
Presidente, teve a aprovação por unanimidade. Então, não passa a ser a proposta
deste Vereador, mas, sim da Câmara Municipal de Porto Alegre, dos verdadeiros
representantes da comunidade de Porto Alegre.
Portanto,
esta homenagem é, sem sombra de dúvida, da Cidade de Porto Alegre a você
querido amigo Carlos. O Título de Cidadão Emérito é uma proposta que os 33
Vereadores, se desejarem fazer, podem fazer uma vez ao ano, e cada um escolhe
aquelas pessoas que merecem o reconhecimento da nossa Cidade. Coube a mim
escolher o Sr. Carlos como o Cidadão Emérito de Porto Alegre para que a Câmara
assim referendasse essa proposta. O título de Cidadão deve ser referendado pela
maioria absoluta, ou seja, 2/3 da Câmara Municipal, o voto, no mínimo, de 22
Vereadores. Portanto, é uma proposta avaliada com carinho, e todo aquele que
receber esse congraçamento dos Vereadores é porque realmente tem que ter uma
história de trabalho, de luta e de dedicação pela nossa Porto Alegre.
O
Título Cidadão Emérito - até me socorri um pouco do nosso Dicionário Aurélio -
é uma honraria concedida pela Câmara de Porto Alegre àquele cidadão nascido em
Porto Alegre que tenha contribuído pelo engrandecimento da nossa Cidade. Um
cidadão de grande competência, que tenha grande saber, muito versado numa
ciência ou arte, seja ilustre, eminente, notável, insigne e célebre. Portanto,
querido amigo Carlos Smith, sem sombra de dúvida essas são as razões que me
levaram a trazer essa proposta para a Câmara Municipal de Porto Alegre, ao
conhecê-lo, e não faz muito tempo. Penso, no entanto, que não há a necessidade
de muito tempo para que possamos reconhecer as verdadeiras pessoas que têm,
assim como nós, essa busca plena de garantir o engrandecimento daquilo que nós
representamos, no caso, o povo de Porto Alegre.
Permitam-me
deixar gravado nos Anais da Casa um pequeno histórico, que me foi passado pela
assessoria do Dr. Carlos Smith. (Lê.)
“Dr.
Carlos de Freitas e Castro Smith, brasileiro, divorciado, três filhos, nascido
em 2 de dezembro de 1953” - portanto com 47 anos, como falou o Presidente,
creio que seja o mais jovem Cidadão Emérito que vai compor o Conselho dos
Cidadãos Honorários de Porto Alegre - “filho de Marius Oswaldo Coelho Smith e
Alba de Freitas e Castro Smith” - que aqui se fazem presente.
“Bacharel
em Economia e Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul. Freqüentou três anos de Arquitetura e dois anos
de Engenharia Civil, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e
na Universidade de São Paulo, respectivamente.
Empresas,
dentre as quais é Diretor Presidente/Controlador: Cath Empreendimentos e
Participações Ltda.; Ciacorp Internacional Corporation e CBI - Centro
Brasileiro de Imóveis Ltda. - Holding controladora das empresas. A Ciacorp
Administração e Participações Ltda.; Ciasul Incorporações, Investimentos e
Participações Ltda.; LDO Empreendimentos e Participações Ltda. e, MacSmith
Empreendimentos e Participações Ltda.
Empreendimentos
controlados direta ou indiretamente: Aeroclube Plaza Show (Salvador-BA), Big
Shop Joinville (Joinville-SC), Blue Tree Caesar Towers (Porto Alegre-RS), Hotel
Plaza del Sol (Punta del Este), Hotel Sheraton (Porto Alegre-RS); Jockey Plaza
Show Entretenimentos S.A (São Paulo-SP); Moinhos Shopping (Porto Alegre-RS);
Shopping Grande Rio (Rio de Janeiro-RJ) e Shopping Taboão (Taboão da Serra-
SP).
Membro
de entidades como YPO (Young Presidents Organization), ex-Presidente do IEE
(Instituto de Estudos Empresariais) e ex-Presidente do Instituto Liberal;
ex-Diretor da CIERGS (Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul);
ex-Vice-Presidente da FEDERASUL.
Recebeu
em 11 de agosto de 2000, o título de Comendador da Ordem do Mérito Judiciário
do Trabalho.
Recebeu
em 9 de abril de 2001, o Prêmio Libertas no XIV Fórum da Liberdade realizado em
Porto Alegre nos dias 9 e 10 de abril de 2001.”
Portanto,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, penso que esta proposta nossa – sem sombra de
dúvida – foi muito bem escolhida. Penso que esta homenagem que o Dr. Carlos
está recebendo na Câmara Municipal de Porto Alegre é merecida pelos seus
trabalhos - como já disse o nosso Presidente - pela sua visão de futuro. Não de
um empresário apenas na busca do lucro, mas, também, na busca do bem social, na
busca do bem comum, na busca do engrandecimento da sua e da nossa Cidade.
Portanto,
querido amigo Carlos Smith, receba a nossa homenagem, não deste Vereador, mas -
sem sombra de dúvida – da Cidade de Porto Alegre pela pessoa maravilhosa que é.
Peço que Deus ilumine os teus caminhos para o bem da nossa Porto Alegre, para o
bem do nosso Rio Grande, e vida muito longa. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Queremos registrar a presença nesta
Sessão do ex-Vereador Hélio Corbellini.
O
Ver. Antonio Hohlfeldt falará em nome da Bancada do PSDB.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais pessoas presentes.) Esta é o tipo de Sessão
difícil de fazermos, porque de um lado se tem muito a dizer, e esse muito, ao
mesmo tempo, pode ser sintetizado em algumas poucas palavras. Eu escolhi esse
caminho das poucas palavras, se me permite o Carlos de Freitas Smith, até para
ser bastante condizente com o modo que, me parece, ele gosta de tratar as
coisas, de encaminhar normalmente as suas resoluções.
Por
que me parece própria a homenagem proposta pelo Ver. Paulo Brum? Em primeiro
lugar, porque Carlos Freitas Smith é absolutamente fiel às suas idéias e
princípios e a fidelidade é questão fundamental. Em segundo lugar, porque de
tudo que sei, e tenho visto, nas atividades do nosso homenageado, ele apresenta
absoluta transparência no seu modo de conduta. Não esconde, de maneira nenhuma,
aquilo que pensa e aquilo que faz e assume plenamente as suas resoluções. Por
outro lado, Carlos Smith é absolutamente sóbrio na sua expressão.
Ao longo desse tempo que tenho me encontrado com ele, em várias ocasiões, em várias situações, como vários outros Vereadores desta Casa, nunca vi o Carlos Smith levantar a voz, ou perder, efetivamente, aquele seu equilíbrio, eu diria quase britânico e fico na dúvida, lembrando aqui, Carlos Freitas Smith, a peça do Ionesco, se esse Smith é francês, se esse Smith é alemão, se esse Smith é inglês, se esse Smith é romeno, enfim, fica um Smith curioso podendo assumir várias personalidades, mas sempre com equilíbrio, sempre com tranqüilidade, sempre levando com responsabilidade a sua decisão. Também me chama a atenção a firmeza nas ações de Carlos Freitas. Não há titubeios, parece-me que há, antes de tudo, como eu disse, o cuidado na seleção da decisão. A clareza na definição dos seus objetivos e sobretudo há desprendimento em relação às coisas do seu País, do seu Estado, da sua Cidade.
Em
diferentes momentos em que temo-nos encontrado, se existe, eventualmente,
posicionamentos, que, obviamente, interessam a um determinado segmento, tenho
ouvido sempre do Carlos de Freitas Smith a indagação: Isso é bom para Porto
Alegre? Isso é bom para o Estado do Rio Grande do Sul? Isso pode,
eventualmente, ajudar a esse caminho que o Brasil vem tentando trilhar?
Parece-me que esses são alguns motivos.
A
isso, particularmente, eu somaria algumas questões muito pessoais, do nosso
homenageado, uma simpatia permanente. O Castro Smith é o tipo da pessoa de quem
podemo-nos aproximar sem temor, sem dúvida. É um certo sorriso, uma certa
disponibilidade, é uma empatia que, realmente, não nos rechaça, no primeiro contato.
Há, evidentemente, uma solidariedade constante do nosso homenageado em relação
às questões sociais e há, sobretudo, por trás desse sorriso, também – caso me
permita – uma certa sutileza às vezes irônica. O Carlos sabe sorrir de várias
maneiras, temos que traduzi-las e entendê-las.
Por
tudo isso, parece-me que esse homem múltiplo que poderia, e certamente tem
vivido em vários lugares do mundo, tem trabalhado e tem desenvolvido
relacionamentos em vários lugares do mundo, profissionais, pessoais, escolheu
Porto Alegre para ancorar o seu barco, formar sua família e para desenvolver o
seu trabalho.
E
por isso tudo, nós, de Porto Alegre, e nós, Vereadores, que representamos a
Cidade, temos que ser gratos a ele, a pessoa particular do Carlos Smith, como
cidadão, que hoje nós homenageamos. Nós queremos, também, dizer o nosso
obrigado pela escolha de Porto Alegre, para a tua presença, para desenvolver o
teu trabalho e para tua permanência. Por isso, Carlos, a nossa homenagem,
partindo da propositura do Ver. Paulo Brum. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. José Fortunati está com a palavra
pela Bancada do PT.
O SR. JOSÉ FORTUNATI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Meu caro amigo Carlos de Freitas de
Castro Smith, ao te cumprimentar cumprimento tua mãe, esposa, filhos, irmã e
todos os teus amigos que aqui se encontram. É uma enorme satisfação poder,
juntamente com os Vereadores desta Cidade, fazer-te uma justa homenagem. Eu
poderia aqui também discorrer sobre as tuas atividades empresariais, mas
acredito que o Ver. Paulo Brum já o tenha feito com muito sucesso. Eu prefiro
me ater nas tuas atividades sociais. Como eu te conheço de algum tempo, sei da
tua visão instigadora, irrequieta e da tua visão em busca da transformação
desta sociedade.
Carlos,
tu poderias muito bem, ao longo do tempo, estar simplesmente preocupado com as
atividades empresariais que por si só já demandam um tempo enorme. Como tantos outros
o fazem, preocupados com a atividade empresarial para que ela, ao final de cada
mês, ao final de cada ano, apresente a lucratividade que é lhe legítima.
Entretanto, tu és preocupado com o teu tempo, com a tua Cidade, com o teu
Estado, com o teu País, especialmente tu que, ao longo do tempo, tem-se
dedicado a outras atividades que eu chamo de atividades sociais. Não é por nada
que fostes Presidente do Instituto dos Estudos Empresariais, IEE, que eu prezo
tanto, e do Instituto Liberal que tem dado uma contribuição teórica ao nosso
Estado com publicações importantes; foi Diretor do Centro das Indústrias -
CIERGS, tão importante no lado empresarial, e da FEDERASUL, fazendo as duas
pontas do empresariado do nosso Estado.
Há
algo que ainda não foi tocado, mas que para mim foi a sua idéia mais brilhante
- na minha modesta opinião - que é o fato de teres sido o idealista do Fórum da
Liberdade. Hoje o Fórum da Liberdade transformou-se num dos grandes eventos
plurais, instigadores e importantes do ponto de vista do debate político,
conceitual, teórico e social do nosso Estado, quiçá do País como um todo. O
Fórum da Liberdade foi, ao longo do tempo, granjeando não somente simpatias,
mas demonstrando a sua importância para a construção de uma sociedade plural. Eu
acredito que o Fórum da Liberdade deu um exemplo muito claro, ele é feito por
uma entidade que tem uma visão determinada de sociedade, filosófica e até em
alguns pontos ideológicas. O grande mérito do Fórum da Liberdade - e pensado
dessa maneira desde o seu início - foi propiciar um amplo debate entre pessoas
que pensam de forma diferente, e, conseqüentemente, a partir dessa reflexão,
pensar uma sociedade plural.
Eu
não tenho dúvida de que essa contribuição marca exatamente a tua visão, uma
visão preocupada, sim, com o nosso tempo, mas com a construção de um futuro que
seja muito mais adequado para todos nós. E uma prova disso, Carlos, é de que
aqui estão - coordenados pela nossa amiga Marli Medeiros - componentes do
Centro de Educação Ambiental. O Centro de Educação Ambiental do Município de
Porto Alegre é uma Cooperativa que funciona em um dos galpões da nossa
Prefeitura, certamente, um dos galpões modelares, não somente na reciclagem do
lixo, mas uma série de atividades que vem transformando a vida dos moradores da
Vila Pinto. E tu, com tua visão empreendedora, que não busca somente o lucro
financeiro, mas também o lucro social, tem contribuído de forma muito
importante para com o Centro de Educação Ambiental.
Então,
quero também em nome desses batalhadores do Centro de Educação Ambiental, dizer
que estamos muito orgulhosos de podermos participar dessa atividade. Quero, em
nome deles, dar-te um grande abraço e, certamente, em nome de todos aqueles que
pensam uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais empreendedora, onde o
lucro econômico não seja a única finalidade. Parabéns! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra e
falará em nome da Bancada do PDT.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Na medida em que os oradores se vão
sucedendo, vai-se tornando natural a dificuldade de se buscar um aspecto, uma
ótica, um enfoque para prestar uma homenagem a ti, Carlos. Mas eu quero
expressar, em meu nome e em nome dos meus companheiros de Bancada do PDT, os
Vereadores João Bosco Vaz, Nereu D’Avila e Ervino Besson, a satisfação de vê-lo
nesta Casa hoje, integrado ao grupo seleto de porto-alegrenses, uns aqui
nascidos e outros, que fizeram a opção de aqui viver.
Eu
acho importante, neste momento, dizer que, antes de nós reconhecermos em ti o
cidadão emérito de Porto Alegre, por relevantes serviços prestados, já na tua
curta existência, na tua trajetória, tu já tinhas optado por Porto Alegre e já
tinhas adquirido uma afeição muito grande por esta Cidade. Nós sentimos isso;
as pessoas que se aproximaram de ti, no convívio desses anos, observaram
exatamente isso. A sensibilidade aguçada do Ver. Paulo Brum fez com que ele pensasse
num projeto de lei para te incluir entre os cidadãos ilustres e eméritos da
Cidade de Porto Alegre.
Não
há vez em que tu estejas reunido, conversando conosco, Vereadores, trocando
idéias, em que não estejas preocupado em buscar algo para melhorar a qualidade
de vida da nossa Cidade. Se alguma coisa pudesse definir o perfil da tua trajetória,
seria a opção que fizeste por Porto Alegre como centro e eixo das tuas
atividades. Em qualquer cidade brasileira, em qualquer grande capital
brasileira, tu serias um vencedor e serias bem acolhido, mas fizeste a opção
por Porto Alegre, onde nasceste e depois desenvolveste o teu perfil de
múltiplas facetas, que se revelaram nas opções universitárias. Ali tu te
encaminhaste, seja pela Engenharia ou pela Arquitetura, depois optando pelo
curso de Ciências Jurídicas e Sociais, que revela exatamente a tua preocupação
nos mais variados campos do conhecimento. Com muita propriedade, o Ver. Antonio
Hohlfeldt, que me antecedeu, soube muito bem caracterizar o perfil da tua maneira
de agir, sempre com uma expressão de absoluta tranqüilidade, de reflexões
calmas, procurando transmitir tuas idéias e experiências adquiridas nas tuas
viagens, na tua vida, sempre enfatizando a importância de adquirir
conhecimentos fora de nossa Cidade para trazer as experiências boas e positivas
de fora para dentro de Porto Alegre.
É
esse Carlos Smith que conhecemos no cotidiano, no convívio contigo. É esse
Carlos Smith que foi sempre presente e que nos orgulha ter como Cidadão Emérito
de Porto Alegre. As tuas obras, por si só, até aqui feitas, seja como
empresário, como empreendedor ou como homem de atividades negociais, já fizeram
de ti um vencedor, mas, certamente, este Título que a Câmara Municipal te
outorgou e que hoje em Sessão Solene nós te fazemos a entrega, servirá, tenho
certeza, como estímulo para a continuidade dos trabalhos que procuram
engrandecer a nossa Cidade.
Uma
saudação especial a tua família, a tua esposa, aos teus filhos, a tua mãe e,
certamente, temos certeza de que o teu pai, o Sr. Mário, que não está mais aqui
conosco, ficaria orgulhoso de ver o reconhecimento da Cidade de Porto Alegre ao
seu filho Carlos Smith. Parabéns! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra e falará em nome do PPB.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) O gaúcho, cujos antepassados
desbravaram, aos quatro ventos, a vastidão do pampa, tem como características
básicas a insaciabilidade da conquista de espaço, a perseguição obstinada do
alcance de seus propósitos e a defesa quase intransigente de seus ideais, nos
quais se inserem princípios e valores imarcescíveis.
Perlongando
o País, de norte a sul e de leste a oeste, poderá o observador atento encontrar
marcas indeléveis assinalado a passagem ou a presença de gaúchos, ampliando a
ocupação do território pátrio, tornando produtivas terras inaproveitadas,
alastrando capital, engenho, tecnologia e, sobretudo, talento empreendedor, por
todos os pontos onde a oportunidade se apresenta, alavancando progresso com sua
determinação realizadora.
Esse
breve prólogo serve para destacar as características de maior relevo da
personalidade de Carlos de Freitas e Castro Smith, porto-alegrense e gaúcho, a
quem esta Casa homenageia - ao conceder-lhe o título de Cidadão Emérito de
Porto Alegre - por proposição do Ver. Paulo Brum, a quem saúdo e cumprimento
pela iniciativa.
Tenho
a satisfação de me considerar amigo pessoal de Carlos de Freitas e Castro
Smith, a quem conheço há mais de dez anos e a quem muito admiro, não apenas
pelo seu vasto e elogiável currículo pessoal e profissional, cuja leitura
completa ocuparia todo o espaço de que disponho e, portanto, não farei aqui.
Dele ressalto apenas a liderança em um grupo empresarial que atua em vários
estados brasileiros e também em Punta del Este, dinamizando a economia, gerando
progresso, impostos e empregos, dando sua parcela de contribuição para a
realização do bem comum.
Mas
admiro Carlos de Freitas e Castro Smith muito mais pelo seu caráter e, de modo
especial, por suas convicções. Estamos diante de um idealista que, como todos
os de sua estirpe, tem a capacidade de sonhar com a perfeição e de perseguí-la
incansavelmente, galgando, passo a passo, o caminho que leva até ela, mesmo que
se mostre distante. Estamos diante de um homem que não se satisfaz com o já
feito e que sabe que o mundo de amanhã pode e deve ser, necessariamente, melhor
para o que faz a sua parte e dá testemunho de que o difícil não é,
necessariamente, impossível.
Estamos
diante de um homem que crê na política e que nela reconhece o principal caminho
para a preservação da paz e para a realização da igualdade e da justiça entre
as pessoas. E porque crê na política, representa e alimenta a idéia de que é
absolutamente necessária a participação integrada da população, das lideranças
empresariais e organizacionais e dos políticos para uma ação de grande
magnitude, no sentido de resgatar a cidadania e viabilizar uma pátria em que a
sociedade seja verdadeiramente livre, igualitária, justa e feliz.
Por
tudo isso, Senhores e Senhoras, é com grande alegria que, em nome do Partido
Progressista Brasileiro, cuja Bancada tenho a honra de integrar, juntamente com
os dignos Vereadores João Dib, Pedro Américo Leal e Beto Moesch, incorporo-me à
homenagem que, hoje, a Câmara Municipal, pela decisão unânime de seus
integrantes, presta a Carlos de Freitas e Castro Smith, concedendo-lhe o Título
Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre.
Ficam
honrados a Cidade e seus cidadãos em tê-lo entre os detentores desse Título,
pois levam a certeza de que se engrandece o grupo dos que o receberam e se
amplia o quadro dos que bem podem representá-la em qualquer situação. Parabéns
Carlos Freitas e Castro Smith. E que Deus Nosso Senhor o abençoe. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra, pelo PFL.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Presidentes ou
representantes de entidades de classe; senhores empresários; senhores da
imprensa; meus senhores e minha senhoras, especialmente os familiares do Dr.
Carlos de Freitas e Castro Smith, e faço referência muito especial a figura da
sua mãe Dona Alba de Freitas e Castro Smith.
Diz
a máxima Bíblia que “Os últimos serão os primeiros”. Dúvidas eu tenho de que
nesta hora possa-se reafirmar essa colocação, uma vez que, se o primeiro sou
nesta hora, sou o primeiro a enaltecer a iniciativa do Ver. Paulo Brum, que já
foi amplamente gizada na tribuna, não só pelo proponente da iniciativa, a quem
caberia a honraria maior, como também pela eloqüência dos Vereadores Antonio
Hohlfeldt, José Fortunati, Isaac Ainhorn e João Carlos Nedel. Poderia,
inclusive, nesta hora, dizer que, subscrevendo as afirmações feitas
anteriormente, eu comporia o meu pronunciamento e faria a homenagem mais do que
merecida a que Carlos Smith faz jus da Cidade de Porto Alegre, neste dia em que
ele recebe o título de Cidadão Emérito da Cidade. Mas não poderia-me omitir de
vir à tribuna nesta hora. É que, liberal que sou, não me furtaria de
estabelecer alguns raciocínios desta tribuna, especialmente quando vejo a Casa
do Povo de Porto Alegre, na sua unanimidade, reconhecer os méritos de um jovem
empresário gaúcho cujos empreendimentos se espalharam pelo Brasil e fora do
território nacional.
É
que para nós, liberais, não saudar o sucesso, não saudar o vencedor, não saudar
o empreendedor é uma omissão imperdoável, porque nós apostamos no êxito da
sociedade como um todo, na razão direta em que as individualidades desenvolvem
suas potencialidades. E todos sabemos que Carlos Smith é, efetivamente, um
bravo, um empreendedor corajoso, audaz, ousado, e que a sua presença em tantos
quadrantes da geografia brasileira, na Bahia, no Rio de Janeiro, em Santa
Catarina, em São Paulo, a sua presença no exterior, em Punta Del’Este, nos
empreendimentos que ele coordena, nada mais é do que fruto dessa sua vocação
empreendedora. Vocação de homem que tem lucidez sobre o mundo em que vive e
que, ciente dessa realidade, tem a ousadia e a coragem de enfrentá-la com
desassombro e entusiasmo e, sobretudo, com espírito empreendedor. Esse homem,
que eu tenho tido o privilégio, nos últimos anos, de conviver mais
intensamente, é uma daquelas pessoas que, eu acho, que nós tínhamos de
estabelecer como exemplo de retidão, como exemplo de competência, e como
manifestação de eficiência.
Ver.
Fernando Záchia, V. Ex.ª que é um disciplinado e que me alerta pela campainha
que o meu tempo se esgota, tolere apenas um segundo a mais para que eu possa
dizer ao Carlos Smith que pessoas como ele Porto Alegre tem que proclamar pelo
exemplo que eles representam. Ele, Carlos Smith, como outros tantos que compõem
a nossa galeria de Cidadãos Eméritos de Porto Alegre - aqui muito bem
representados na figura do Dr. Telmo Kruse - nos propiciam a possibilidade de
dizer a toda a sociedade porto-alegrense, e através da sociedade porto-alegrense,
ao Estado e ao País, que, nós representantes do povo, não somos insensíveis, e
sabemos reconhecer aquelas pessoas que têm que ser eleitas como exemplo para
ser oferecido àqueles que vêm nos suceder.
Por
isso, Ver. Paulo Brum, para concluir, eu quero fazer uma afirmação que eu acho
justa, ninguém melhor, nesta Casa, podia fazer essa homenagem ao Carlos Smith
do que V. Ex.ª, pois que tem algo de parecido comigo, mas muito mais elevado.
Eu herdei do meu pai e da minha mãe o desconsolo de não aceitar as coisas
apenas porque as coisas são difíceis de serem mudadas, V. Ex.ª foi vítima de um
desafio muito maior, e superou com a sua garra, com o seu desconsolo, com o seu
desassombro, e eu tenho absoluta certeza de que V. Ex.ª se mirou nesse exemplo
e projetou, na figura do Carlos Smith, um vitorioso, um homem de garra, um
entusiasmado, um empreendedor, um vencedor quando me disse: “Esse homem nós
precisamos oferecer como exemplo para Porto Alegre.” E nós, seus companheiros
de trabalho, lhe acompanhamos na decisão, consagrando por unanimidade Carlos
Smith Cidadão Emérito de Porto Alegre.
Ver.
Fernando Záchia, efetivamente, concluindo, eu diria que espero fazer uma
homenagem muito maior ao Carlos e nisso sei que vou contar com a solidariedade
de todos os Vereadores que estão, hoje, aqui, o homenageando. Eu sei que o
Carlos gostaria de estar muito mais presente na vida econômica e social de
Porto Alegre, nesta Porto Alegre que é sede de seus negócios, e para isso todos
nós temos de compreender a sua visão, a sua larga visão, e criarmos,
definitivamente, em Porto Alegre um clima favorável de estímulo aos homens que
empreendem, que realizam, que produzem, como o Carlos Smith, o novo Cidadão
Emérito de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Registramos a presença dos Vereadores
João Bosco Vaz e Ervino Besson.
Convidamos
o Ver. Paulo Brum para que proceda à entrega do Título Honorífico de Cidadão
Emérito ao Sr. Carlos de Freitas e Castro Smith.
(Procede-se à entrega do
título.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Sr. Carlos de Freitas e Castro Smith
está com a palavra para se manifestar como novo Cidadão Emérito de Porto
Alegre.
O SR. CARLOS DE FREITAS E CASTRO SMITH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Vejam, esta Casa representa para
mim, talvez, o que nós temos por dentro de mais forte no seu próprio conteúdo,
nas suas próprias idéias. E com tantos Vereadores, grandes políticos, de uma
forma gentil, fica difícil para mim sentar aqui - como um bom quitandeiro que
sou - e falar à altura desta Casa e destes Vereadores. Mas, como sempre fui e,
talvez, um dos meus talentos é ser metido, nós trabalhamos e estamos aqui. Este
é um momento muito importante de estabelecer e frisar, exatamente, o que nós
queremos e pretendemos na nossa caminhada.
Eu
saí de Porto Alegre com seis anos de idade e fui morar em São Paulo. Esse foi
um momento de uma profunda transformação, porque esta nossa querida Cidade de
Porto Alegre, com todos os seus predicados e valores importantes que tem na sua
cultura, já naquele momento tinha me dado - acho que implementado – valores da
nossa sociedade, do nosso convívio gaúcho. E esses valores foram muito bem
sedimentados por minha família. Com seis anos de idade saí de uma cidade para
uma muito maior. Foi um momento importante em que o mundo se abria. Percebia,
com seis anos, que tudo aquilo que eu tinha visto até então poderia ser
diferente. As pessoas poderiam pensar diferente. As pessoas poderiam ter sonhos
diferentes. As pessoas poderiam de uma forma geral nem saber de onde você
vinha. Esse momento, acho que foi muito importante, porque pude estabelecer que
a pluralidade talvez seja um dos grandes bens que nós temos e devemos exercer.
Essa pluralidade, quanto mais exercida, quanto mais respeitada, quanto mais
provocada, ela realmente vai nos trazer os grandes valores e vai estabelecer em
nós, talvez, os verdadeiros patamares para que cada dia possamos acordar e
procurar fazer um pouquinho melhor aquilo que fizemos no dia anterior. É
através do choque das idéias, é através do choque das convicções, é através da
capacidade de escutar, é através da capacidade de dizer que nós podemos,
efetivamente, estabelecer uma sociedade mais eficiente, mais justa.
Esta
Casa, entre tantos momentos em que convivi, e como dizia, aos vinte e quatro
anos comecei a conviver, pela curiosidade, com políticos de uma forma geral,
fora do Rio Grande ou dentro do Rio Grande do Sul. O ato de conviver com a
política estabelece e estabeleceu um novo paradigma para mim. As verdades eram
verdades, mas precisavam ser discutidas e questionadas. As convicções, antes de
mais nada, podiam ser próprias, mas, no momento em que elas se defrontavam,
nova convicção se estabelecia na sociedade. Essa luta permanente para se
estabelecer ideais que possam comungar com uma sociedade toda é que foi uma
grande semente colocada em meu coração. Em determinado momento - eu comecei a
trabalhar muito cedo - aos dezessete anos comecei como empreendedor. Aos
dezessete anos eu comecei a empreender. Aos dezessete anos eu entrei em uma
empresa, e havia funcionários, impostos, desafios, havia concorrências, havia
problemas que precisavam ser solucionados e sempre as coisas muito maiores do
que eu próprio, naquele momento, imaginava ser capaz, ter condições de
solucionar.
Eu
segui procurando fazer uma faculdade que eu tivesse vocação, e cheguei a
conclusão de que, ao final, a minha grande vocação era produzir, era gerar
empregos, era criar idéias e tentar implementá-las. Nem todas são boas, mas o
importante é que, efetivamente, se tenha idéias, se tenha vontade, se tenha
sonhos e que esses sonhos possam ser realizados. E essa força - que se cria
dentro de nós - é a força do progresso, é a força que nós temos que estabelecer
em toda a nossa comunidade, para que todos nós, para que todas as pessoas
possam acordar com um sonho, com uma vontade de produzir e de fazer.
Nós
temos que estabelecer que isso é uma verdade absoluta. E nós temos que criar ao
nosso redor, na nossa Cidade, no nosso Estado e no nosso País, que este é um
País que você pode nascer todos os dias; renascer todos os dias com uma idéia e
que você tem condições de desenvolver e de lutar por essa idéia e se ela for
boa, e se você lutar muito por ela, você tem condições de vê-la, criar, nascer
e desenvolver.
Esse
espírito gauchesco de pegarmos o nosso cavalo e conhecer novos horizontes, me
fez, permanentemente, buscar informações. E, muitas vezes, dentro da nossa
empresa, digo, enfim, nós temos uma burrice todos os dias que temos que
suplementar, e nós temos que ter a capacidade, permanentemente, de saber ouvir,
analisar e discutir. A necessidade de concordar está muito longe da capacidade
de escutar as pessoas.
Então,
temos que estar permanentemente buscando novas informações. E, quando me fazia
buscar novas informações, lutar, ir para o exterior, uns dos questionamentos,
que quase todos os professores me faziam, lá fora, diziam o seguinte: “Como
você, um brasileiro, com um País tão grande, com tanta disponibilidade de
riqueza, explica que esse País não oferte condições básicas para que as pessoas
que vivem nele possam ter a expectativa de crescer cada vez mais? Como você
explica? Aquilo deveria ser um País que todos gostariam de ir, vocês deveriam
ter as fronteiras fechadas e ter imigrantes batendo todo o dia nas portas desse
País querendo trabalhar. Deus foi generoso com o País, deu-lhe bom clima,
terras e tantas coisas. Por que vocês não aproveitam?” Esse questionamento
permanente deixava-me profundamente chateado, magoado e irritado.
No
início, talvez confundido com inteligência e questionamento com patriotismo,
possivelmente pouco eu escutava e respondia com muito vigor. Em determinado
momento, a gente resolve realmente olhar um pouquinho para dentro. Nessa olhada
para dentro, nessa discussão, eu cheguei a uma profunda convicção pela qual eu
talvez tenha mais vontade de lutar. Hoje eu tenho e olho, por isso tenho tanta
vontade de participar com os políticos desta e de outras Casas. Esta Câmara
representa um potencial fantástico, poucos sabem dos seus políticos de alta
qualidade com quem tenho um grande prazer em sentar, lutar, discutir e ouvir,
independente da sua origem, do seu partido, do seu credo. É uma fantástica
riqueza difícil de ser recriada em outras Câmaras, em outros lugares, em outras
cidades e em outros Estados. Se eu pudesse, largaria qualquer outro contato e
estaria aqui dentro, porque é através dos Vereadores, quando se cria o
verdadeiro político, é aquele político em que está junto com o seu consumidor,
é policiado, é lutado, o seu voto é de muita transpiração e ele responde,
permanentemente por aqueles que estão elegendo.
Essa
é a verdadeira política. Esse é o modelo, que países mais elaborados têm
procurado desenvolver, inclusive, em nível de deputados e outros tantos cargos
que têm dentro de uma República, na formação da estrutura política de um País,
procurando trazer a ele, num conceito distrital, a proximidade e a origem com
os seus eleitores.
Nesta
Casa, a necessidade e a luta dos Vereadores para estarem aqui, na luta dos seus
votos, na luta do desempenho, representando àqueles que os elegeram, é
realmente, talvez, o maior exemplo da democracia que um País pode ter.
Em
determinado momento, e voltado para essas provocações - na época junto com
Jorge Gerdau e Donald Stuart - montamos o Instituto Liberal, porque não havia e
não há dentro do meu coração, nem deles, nenhum tipo de ideologia, mas uma
vontade muito grande de questionamento, de que alguma coisa que parece que o destino
reservou a um País generoso como o nosso. Parece que nós estamos destinados a
ser terceiro mundo? Não! Tudo depende da luta que nós pudermos empreender e da
convicção que, cada um de nós, aqui poderá fazer nas suas próprias atividades.
Não há destino definido. Há, sim, resultado de ações mal-resolvidas ou mal
locadas.
Eu
não acredito no Estado forte. O Estado, para mim, tem um objetivo, ele é feito
para dar conforto aos cidadãos. O Estado é um ente abstrato, um corpo forte
cuja massa é o produto ao profundo respeito às liberdades individuais, à arte
da política, à pluralidade de pensamentos e ao exercício das mais variadas
idéias, dentro de leis previamente convencionadas.
Qualquer
conceito, independente de momento, que sobreponha o Estado ao cidadão, é, sob
meu ponto de vista, a forma mais nefasta de organização política que, no fundo,
só é voltada a escravizar, a curto, médio e longo prazo, os cidadãos de um
País.
Há
milênios, convivemos com prosaicos Estados que poderíamos comparar, por
analogia, a serpentes que encantam com propostas generosas, fantasiosas e – por
que não? – até sedutoras, de proteção e privilégios. Esses monstros, que podem
ser de direita, de esquerda, seja lá em que tipo de ideologia se coloquem ou em
nome de quem falem, na verdade, vigoram e se misturam sempre numa proposta de
generosidade e de tutela ao cidadão indefeso.
Nós
temos que criar a cidadania em que todos os cidadãos tenham a capacidade de
saber seus destinos; temos que criar uma cidadania em que, efetivamente, a
pluralidade, a democracia, a liberdade, sejam um respeito profundo ao cidadão.
Esse respeito profundo não é somente um conceito legal, mas é um conceito de
atitudes.
Na
verdade, esses grandes Estados, em nome da sedução, normalmente, acabam criando
castas privilegiadas, em demérito de uma grande maioria distante do poder. As
políticas totalitárias tendem a perceber e a entender o ser humano como um ser
imperfeito, que, solto, causará sempre o prejuízo de alguém, pois move-se por
instintos primordiais, primários, de egoísmo e outros qualificativos
não-mencionáveis.
Eu,
na luta por aquilo que aprendi, da liberdade do ser humano, entendo que o ser
humano é a coisa mais perfeita, a obra mais perfeita realizada por Deus. De tal
forma foi brilhante - essa criação - que fomos dotados, nós seres humanos, de
todos os sentidos acrescidos desse fantástico atributo que é linguagem
organizada. Tudo isso pilotado por aquilo que se chama ou se fala que é a
inteligência.
Em
toda a trajetória do desenvolvimento humano, essa capacidade dada ao homem
superou dificuldades em períodos dos mais difíceis da história, onde alguns
decidiram por muitos. Exatamente, sempre que se deu o direito, de alguns
decidirem por todos, é que os grandes problemas, as grandes catástrofes, as
grandes guerras se instalaram dentro das nações sempre em nome do bem social.
Isso
não é privilégio de esquerda e nem de direita, de nada; isso é privilégio da
falta de democracia e da falta de credo ao cidadão. No entanto todos esses
períodos negros, todos esses momentos nefastos poderiam ser colocados ou
orientados como uma face imperfeita do cidadão? Foi esse mesmo cidadão que a
luta, a busca de seus direitos trouxe as mesmas soluções. Frente a eles, o ser
humano soube entender os seus erros e determinou-se em busca do melhor.
Esta
Casa é um exemplo dessa luta permanente, porque permanentemente, todos os dias
confrontam-se diálogos, ideologias, conceitos, convicções e esta Casa procura
trazer a Porto Alegre através de um processo, de uma democracia plena, um equilíbrio
de gestão; trazer um equilíbrio em que nós - isso é muito importante - saímos
de muitos e muitos anos em que o Executivo era um poder acima de todos os
demais. Tenho alertado a todos os meus grandes amigos Vereadores e outros
políticos, que o momento é outro no Brasil. O momento é que, efetivamente, há
uma crise, há corrupção, há uma crise para todos aqueles que querem fazer as
coisas da forma como querem fazer. Hoje, o momento é de pura democracia. Hoje,
Casas como esta devem ter a capacidade e a convicção de que, juntos, podem
governar qualquer coisa. E que, juntos, Executivo, Judiciário e Legislativo,
efetivamente, através de um perfeito equilíbrio, levam a uma forma generosa de
crescimento, a uma forma que, em certo sentido, Deus já deu a nós, brasileiros,
que é a capacidade de conviver em paz.
Todos
os que aqui lutam, trabalham e que eu conheço, são exatamente o resultado desta
convicção, são grandes democratas. E eu me sinto profundamente honrado em
receber dos Senhores esta homenagem. Lembro que antes de sair de Porto Alegre,
da janela do meu quarto, no fim de um prédio, eu olhava toda esta Cidade. Em
determinados momentos e dias de inverno ela ficava um pouco cinza. E eu dizia:
“Por que a gente não pode, todos, nos juntarmos e pintá-la de branco?”
Eu
acho que todos nós podemos ter convicções e podemos trazê-las à Porto Alegre. E
por que não fazê-la a melhor Metrópole, o melhor Estado?
Nós
podemos, se quisermos, gaúchos, com a capacidade de trabalho que nós temos, com
a capacidade instalada de perseverança, de valores culturais, nós podemos ser,
em dez ou quinze anos, o maior Estado, sob o ponto de vista econômico desta
Federação. E se não o fazemos é porque não o queremos, mas podemos fazer. Não
temos que deixar o nosso futuro a cargo dos outros; nós podemos fazê-lo. Nós
podemos ter uma cidade com parques mais bonitos do que Buenos Aires ou avenidas
ou qualquer outra coisa, que qualquer outra cidade tenha no mundo. E do que
depende? Só de nós. Temos que criar ambiente em que o desenvolvimento, a riqueza,
a prosperidade, sejam, efetivamente, lembradas como Porto Alegre. Nós temos de
gerar impostos, nós temos de gerar escolas, e se faz isso, e se cria isso,
através do desenvolvimento e da aplicação de leis, dizendo que aqui é bom
investir, aqui é bom de se viver, que aqui é bom abrir uma fábrica, que aqui é
bom fazer qualquer coisa antes do que qualquer outra cidade.
Eu
voltei a Porto Alegre por opção própria, porque tenho a convicção de que os
valores são fantásticos. Agora precisamos nos juntar para criar o melhor
ambiente para tornar, permanentemente, esta Cidade a melhor do Brasil. Nos
nossos corações eu tenho certeza de que já o é. Essa é uma provocação que tenho
certeza de que esta Casa tem a possibilidade e a capacidade de fazer, e sempre
tenho procurado, dentro das minhas limitações, ofertar alguma ajuda para que se
possa fazer de Porto Alegre a melhor Cidade do Brasil.
O
Presidente, certamente, teve a delicadeza de não apertar a campainha, isso
porque sou quitandeiro, porque se eu fosse um político passaria o dia
discursando. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convidamos os presentes a ouvirem a
interpretação do Hino Rio-Grandense pelo barítono Sérgio Santos, acompanhado
pelo pianista Germano Mayer.
(É interpretado o Hino
Rio-Grandense.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Agradecendo a presença dos senhores
damos por encerrada a presente Sessão Solene. Estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se
a Sessão às 18h42min.)
* * * * *