ATA DA VIGÉSIMA QUARTA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 21-8-2001.

 


Aos vinte e um dias do mês de agosto do ano dois mil e um reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Carlos de Freitas e Castro Smith, nos termos do Projeto de Resolução nº 018/01 (Processo nº 1158/01), de autoria do Vereador Paulo Brum. Compuseram a MESA: o Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor César Alvarez, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio - SMIC, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Telmo Kruse, Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor Carlos de Freitas e Castro Smith, Homenageado; o Vereador Paulo Brum, na ocasião, 2º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional, interpretado pelo barítono Sérgio Santos, acompanhado pelo pianista Germano Mayer. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Paulo Brum, em nome da Bancada do PMDB, discorreu sobre aspectos relativos à vida pessoal e profissional do Homenageado, destacando o caráter empreendedor do Senhor Carlos Freitas e Castro Smith no desempenho de suas atividades comerciais e justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador Hélio Corbellini. Após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Antonio Hohlfeldt, em nome da Bancada do PSDB, prestou sua homenagem ao Senhor Carlos Freitas e Castro Smith, tecendo considerações acerca da importância da atuação de Sua Senhoria, no que tange à implementação de projetos de cunho social em Porto Alegre, e aludindo às características de firmeza e equilíbrio demonstrados pelo Homenageado ao longo de sua vida. O Vereador José Fortunati, em nome da Bancada do PT, externou sua satisfação em participar da presente solenidade, discursando a respeito das atividades desenvolvidas pelo Homenageado, especialmente como um dos idealistas do Fórum da Liberdade e parabenizando a participação de Sua Senhoria na construção de uma sociedade mais justa. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, cumprimentou o Vereador Paulo Brum pela proposição da presente homenagem, salientando a justeza da concessão do Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Carlos Freitas e Castro Smith e comentando aspectos singulares da personalidade do Homenageado, especificamente no campo empresarial. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada do PPB, salientou as características de dinamismo e lisura presentes na vida pessoal e profissional do Senhor Carlos Freitas e Castro Smith, afirmando ser Sua Senhoria um exemplo de cidadão porto-alegrense engajado na preservação dos valores morais da sociedade. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, reportando-se à aprovação unânime do Projeto de Resolução que concedeu o Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Carlos de Freitas e Castro Smith, exaltou a vocação empreendedora de Sua Senhoria, referindo-se a diversos projetos desenvolvidos pelo Homenageado no Brasil e no exterior. A seguir, o Senhor Presidente, convidou o Vereador Paulo Brum a proceder à entrega da Medalha e do Diploma, ao Senhor Carlos de Freitas e Castro Smith, referente ao Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre, concedendo a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense, interpretado pelo barítono Sérgio Santos, acompanhado pelo pianista Germano Mayer e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e quarenta e dois minutos, convidando a todos para a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Fernando Záchia e secretariados pelo Vereador Paulo Brum, 2º Secretário. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene destinada à outorga do Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Sr. Carlos de Freitas e Castro Smith, nos termos do PR nº 018/01, de autoria do Ver. Paulo Brum.

Compõem a Mesa dos trabalhos o homenageado Dr. Carlos de Freitas e Castro Smith; o Sr. Secretário Municipal de Indústria e Comércio, representante da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, neste ato, o Dr. César Alvarez; o Sr. Vereador Paulo Brum, proponente desta Sessão Solene; o Sr. Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre, Dr. Telmo Kruse.

Convidamos a todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional, executado pelo barítono Sérgio Santos, acompanhado pelo pianista Germano Mayer.

 

(Apresentação do Sr. Sérgio Santos, que interpreta o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência cumprimenta o Ver. Paulo Brum pela nobre iniciativa em homenagear com o título de Cidadão Emérito um dos cidadãos menos velho, 47 anos, como lembrava o Presidente Telmo Kruse. É importante que se registre a trajetória do homenageado, o reconhecimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, não ao empresário, ao empreendedor, mas, sem dúvida alguma, ao homem que busca o equilíbrio social, a justiça social, e que tem a preocupação de gerar riquezas e, conseqüentemente, gerar novos empregos e, com isso, estar minimizando as diferenças sociais que ainda imperam em nossa Cidade.

Quando a Câmara Municipal, de uma maneira unânime, através da proposição do Ver. Paulo Brum, concede esse título, ela reconhece a sua trajetória, o seu trabalho, os seus esforços e, principalmente, a visão de um homem que quer construir uma grande cidade com equilíbrio e justiça social que todos nós queremos.

O Ver. Paulo Brum, proponente desta Sessão Solene, está com a palavra, e falará também pela Bancada do PMDB.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Uma saudação especial à esposa do nosso homenageado Sr.ª Cristina Leal; aos filhos Júlia, Patrícia e Marcelo; também à sua mãe Dona Alda Smith; e à sua irmã Rosita Cantatore.

Na verdade, o nosso Presidente, na introdução, penso que muito bem já encaminhou o meu pronunciamento. Quero dizer para o Dr. Carlos que sinto-me bastante honrado em poder propor essa homenagem da nossa Câmara Municipal e, como disse o nosso Presidente, teve a aprovação por unanimidade. Então, não passa a ser a proposta deste Vereador, mas, sim da Câmara Municipal de Porto Alegre, dos verdadeiros representantes da comunidade de Porto Alegre.

Portanto, esta homenagem é, sem sombra de dúvida, da Cidade de Porto Alegre a você querido amigo Carlos. O Título de Cidadão Emérito é uma proposta que os 33 Vereadores, se desejarem fazer, podem fazer uma vez ao ano, e cada um escolhe aquelas pessoas que merecem o reconhecimento da nossa Cidade. Coube a mim escolher o Sr. Carlos como o Cidadão Emérito de Porto Alegre para que a Câmara assim referendasse essa proposta. O título de Cidadão deve ser referendado pela maioria absoluta, ou seja, 2/3 da Câmara Municipal, o voto, no mínimo, de 22 Vereadores. Portanto, é uma proposta avaliada com carinho, e todo aquele que receber esse congraçamento dos Vereadores é porque realmente tem que ter uma história de trabalho, de luta e de dedicação pela nossa Porto Alegre.

O Título Cidadão Emérito - até me socorri um pouco do nosso Dicionário Aurélio - é uma honraria concedida pela Câmara de Porto Alegre àquele cidadão nascido em Porto Alegre que tenha contribuído pelo engrandecimento da nossa Cidade. Um cidadão de grande competência, que tenha grande saber, muito versado numa ciência ou arte, seja ilustre, eminente, notável, insigne e célebre. Portanto, querido amigo Carlos Smith, sem sombra de dúvida essas são as razões que me levaram a trazer essa proposta para a Câmara Municipal de Porto Alegre, ao conhecê-lo, e não faz muito tempo. Penso, no entanto, que não há a necessidade de muito tempo para que possamos reconhecer as verdadeiras pessoas que têm, assim como nós, essa busca plena de garantir o engrandecimento daquilo que nós representamos, no caso, o povo de Porto Alegre.

Permitam-me deixar gravado nos Anais da Casa um pequeno histórico, que me foi passado pela assessoria do Dr. Carlos Smith. (Lê.)

“Dr. Carlos de Freitas e Castro Smith, brasileiro, divorciado, três filhos, nascido em 2 de dezembro de 1953” - portanto com 47 anos, como falou o Presidente, creio que seja o mais jovem Cidadão Emérito que vai compor o Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre - “filho de Marius Oswaldo Coelho Smith e Alba de Freitas e Castro Smith” - que aqui se fazem presente.

“Bacharel em Economia e Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Freqüentou três anos de Arquitetura e dois anos de Engenharia Civil, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e na Universidade de São Paulo, respectivamente.

Empresas, dentre as quais é Diretor Presidente/Controlador: Cath Empreendimentos e Participações Ltda.; Ciacorp Internacional Corporation e CBI - Centro Brasileiro de Imóveis Ltda. - Holding controladora das empresas. A Ciacorp Administração e Participações Ltda.; Ciasul Incorporações, Investimentos e Participações Ltda.; LDO Empreendimentos e Participações Ltda. e, MacSmith Empreendimentos e Participações Ltda.

Empreendimentos controlados direta ou indiretamente: Aeroclube Plaza Show (Salvador-BA), Big Shop Joinville (Joinville-SC), Blue Tree Caesar Towers (Porto Alegre-RS), Hotel Plaza del Sol (Punta del Este), Hotel Sheraton (Porto Alegre-RS); Jockey Plaza Show Entretenimentos S.A (São Paulo-SP); Moinhos Shopping (Porto Alegre-RS); Shopping Grande Rio (Rio de Janeiro-RJ) e Shopping Taboão (Taboão da Serra- SP).

Membro de entidades como YPO (Young Presidents Organization), ex-Presidente do IEE (Instituto de Estudos Empresariais) e ex-Presidente do Instituto Liberal; ex-Diretor da CIERGS (Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul); ex-Vice-Presidente da FEDERASUL.

Recebeu em 11 de agosto de 2000, o título de Comendador da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho.

Recebeu em 9 de abril de 2001, o Prêmio Libertas no XIV Fórum da Liberdade realizado em Porto Alegre nos dias 9 e 10 de abril de 2001.”

Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, penso que esta proposta nossa – sem sombra de dúvida – foi muito bem escolhida. Penso que esta homenagem que o Dr. Carlos está recebendo na Câmara Municipal de Porto Alegre é merecida pelos seus trabalhos - como já disse o nosso Presidente - pela sua visão de futuro. Não de um empresário apenas na busca do lucro, mas, também, na busca do bem social, na busca do bem comum, na busca do engrandecimento da sua e da nossa Cidade.

Portanto, querido amigo Carlos Smith, receba a nossa homenagem, não deste Vereador, mas - sem sombra de dúvida – da Cidade de Porto Alegre pela pessoa maravilhosa que é. Peço que Deus ilumine os teus caminhos para o bem da nossa Porto Alegre, para o bem do nosso Rio Grande, e vida muito longa. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Queremos registrar a presença nesta Sessão do ex-Vereador Hélio Corbellini.

O Ver. Antonio Hohlfeldt falará em nome da Bancada do PSDB.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais pessoas presentes.) Esta é o tipo de Sessão difícil de fazermos, porque de um lado se tem muito a dizer, e esse muito, ao mesmo tempo, pode ser sintetizado em algumas poucas palavras. Eu escolhi esse caminho das poucas palavras, se me permite o Carlos de Freitas Smith, até para ser bastante condizente com o modo que, me parece, ele gosta de tratar as coisas, de encaminhar normalmente as suas resoluções.

Por que me parece própria a homenagem proposta pelo Ver. Paulo Brum? Em primeiro lugar, porque Carlos Freitas Smith é absolutamente fiel às suas idéias e princípios e a fidelidade é questão fundamental. Em segundo lugar, porque de tudo que sei, e tenho visto, nas atividades do nosso homenageado, ele apresenta absoluta transparência no seu modo de conduta. Não esconde, de maneira nenhuma, aquilo que pensa e aquilo que faz e assume plenamente as suas resoluções. Por outro lado, Carlos Smith é absolutamente sóbrio na sua expressão.

Ao longo desse tempo que tenho me encontrado com ele, em várias ocasiões, em várias situações, como vários outros Vereadores desta Casa, nunca vi o Carlos Smith levantar a voz, ou perder, efetivamente, aquele seu equilíbrio, eu diria quase britânico e fico na dúvida, lembrando aqui, Carlos Freitas Smith, a peça do Ionesco, se esse Smith é francês, se esse Smith é alemão, se esse Smith é inglês, se esse Smith é romeno, enfim, fica um Smith curioso podendo assumir várias personalidades, mas sempre com equilíbrio, sempre com tranqüilidade, sempre levando com responsabilidade a sua decisão. Também me chama a atenção a firmeza nas ações de Carlos Freitas. Não há titubeios, parece-me que há, antes de tudo, como eu disse, o cuidado na seleção da decisão. A clareza na definição dos seus objetivos e sobretudo há desprendimento em relação às coisas do seu País, do seu Estado, da sua Cidade.

Em diferentes momentos em que temo-nos encontrado, se existe, eventualmente, posicionamentos, que, obviamente, interessam a um determinado segmento, tenho ouvido sempre do Carlos de Freitas Smith a indagação: Isso é bom para Porto Alegre? Isso é bom para o Estado do Rio Grande do Sul? Isso pode, eventualmente, ajudar a esse caminho que o Brasil vem tentando trilhar? Parece-me que esses são alguns motivos.

A isso, particularmente, eu somaria algumas questões muito pessoais, do nosso homenageado, uma simpatia permanente. O Castro Smith é o tipo da pessoa de quem podemo-nos aproximar sem temor, sem dúvida. É um certo sorriso, uma certa disponibilidade, é uma empatia que, realmente, não nos rechaça, no primeiro contato. Há, evidentemente, uma solidariedade constante do nosso homenageado em relação às questões sociais e há, sobretudo, por trás desse sorriso, também – caso me permita – uma certa sutileza às vezes irônica. O Carlos sabe sorrir de várias maneiras, temos que traduzi-las e entendê-las.

Por tudo isso, parece-me que esse homem múltiplo que poderia, e certamente tem vivido em vários lugares do mundo, tem trabalhado e tem desenvolvido relacionamentos em vários lugares do mundo, profissionais, pessoais, escolheu Porto Alegre para ancorar o seu barco, formar sua família e para desenvolver o seu trabalho.

E por isso tudo, nós, de Porto Alegre, e nós, Vereadores, que representamos a Cidade, temos que ser gratos a ele, a pessoa particular do Carlos Smith, como cidadão, que hoje nós homenageamos. Nós queremos, também, dizer o nosso obrigado pela escolha de Porto Alegre, para a tua presença, para desenvolver o teu trabalho e para tua permanência. Por isso, Carlos, a nossa homenagem, partindo da propositura do Ver. Paulo Brum. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. José Fortunati está com a palavra pela Bancada do PT.

 

O SR. JOSÉ FORTUNATI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Meu caro amigo Carlos de Freitas de Castro Smith, ao te cumprimentar cumprimento tua mãe, esposa, filhos, irmã e todos os teus amigos que aqui se encontram. É uma enorme satisfação poder, juntamente com os Vereadores desta Cidade, fazer-te uma justa homenagem. Eu poderia aqui também discorrer sobre as tuas atividades empresariais, mas acredito que o Ver. Paulo Brum já o tenha feito com muito sucesso. Eu prefiro me ater nas tuas atividades sociais. Como eu te conheço de algum tempo, sei da tua visão instigadora, irrequieta e da tua visão em busca da transformação desta sociedade.

Carlos, tu poderias muito bem, ao longo do tempo, estar simplesmente preocupado com as atividades empresariais que por si só já demandam um tempo enorme. Como tantos outros o fazem, preocupados com a atividade empresarial para que ela, ao final de cada mês, ao final de cada ano, apresente a lucratividade que é lhe legítima. Entretanto, tu és preocupado com o teu tempo, com a tua Cidade, com o teu Estado, com o teu País, especialmente tu que, ao longo do tempo, tem-se dedicado a outras atividades que eu chamo de atividades sociais. Não é por nada que fostes Presidente do Instituto dos Estudos Empresariais, IEE, que eu prezo tanto, e do Instituto Liberal que tem dado uma contribuição teórica ao nosso Estado com publicações importantes; foi Diretor do Centro das Indústrias - CIERGS, tão importante no lado empresarial, e da FEDERASUL, fazendo as duas pontas do empresariado do nosso Estado.

Há algo que ainda não foi tocado, mas que para mim foi a sua idéia mais brilhante - na minha modesta opinião - que é o fato de teres sido o idealista do Fórum da Liberdade. Hoje o Fórum da Liberdade transformou-se num dos grandes eventos plurais, instigadores e importantes do ponto de vista do debate político, conceitual, teórico e social do nosso Estado, quiçá do País como um todo. O Fórum da Liberdade foi, ao longo do tempo, granjeando não somente simpatias, mas demonstrando a sua importância para a construção de uma sociedade plural. Eu acredito que o Fórum da Liberdade deu um exemplo muito claro, ele é feito por uma entidade que tem uma visão determinada de sociedade, filosófica e até em alguns pontos ideológicas. O grande mérito do Fórum da Liberdade - e pensado dessa maneira desde o seu início - foi propiciar um amplo debate entre pessoas que pensam de forma diferente, e, conseqüentemente, a partir dessa reflexão, pensar uma sociedade plural.

Eu não tenho dúvida de que essa contribuição marca exatamente a tua visão, uma visão preocupada, sim, com o nosso tempo, mas com a construção de um futuro que seja muito mais adequado para todos nós. E uma prova disso, Carlos, é de que aqui estão - coordenados pela nossa amiga Marli Medeiros - componentes do Centro de Educação Ambiental. O Centro de Educação Ambiental do Município de Porto Alegre é uma Cooperativa que funciona em um dos galpões da nossa Prefeitura, certamente, um dos galpões modelares, não somente na reciclagem do lixo, mas uma série de atividades que vem transformando a vida dos moradores da Vila Pinto. E tu, com tua visão empreendedora, que não busca somente o lucro financeiro, mas também o lucro social, tem contribuído de forma muito importante para com o Centro de Educação Ambiental.

Então, quero também em nome desses batalhadores do Centro de Educação Ambiental, dizer que estamos muito orgulhosos de podermos participar dessa atividade. Quero, em nome deles, dar-te um grande abraço e, certamente, em nome de todos aqueles que pensam uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais empreendedora, onde o lucro econômico não seja a única finalidade. Parabéns! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra e falará em nome da Bancada do PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Na medida em que os oradores se vão sucedendo, vai-se tornando natural a dificuldade de se buscar um aspecto, uma ótica, um enfoque para prestar uma homenagem a ti, Carlos. Mas eu quero expressar, em meu nome e em nome dos meus companheiros de Bancada do PDT, os Vereadores João Bosco Vaz, Nereu D’Avila e Ervino Besson, a satisfação de vê-lo nesta Casa hoje, integrado ao grupo seleto de porto-alegrenses, uns aqui nascidos e outros, que fizeram a opção de aqui viver.

Eu acho importante, neste momento, dizer que, antes de nós reconhecermos em ti o cidadão emérito de Porto Alegre, por relevantes serviços prestados, já na tua curta existência, na tua trajetória, tu já tinhas optado por Porto Alegre e já tinhas adquirido uma afeição muito grande por esta Cidade. Nós sentimos isso; as pessoas que se aproximaram de ti, no convívio desses anos, observaram exatamente isso. A sensibilidade aguçada do Ver. Paulo Brum fez com que ele pensasse num projeto de lei para te incluir entre os cidadãos ilustres e eméritos da Cidade de Porto Alegre.

Não há vez em que tu estejas reunido, conversando conosco, Vereadores, trocando idéias, em que não estejas preocupado em buscar algo para melhorar a qualidade de vida da nossa Cidade. Se alguma coisa pudesse definir o perfil da tua trajetória, seria a opção que fizeste por Porto Alegre como centro e eixo das tuas atividades. Em qualquer cidade brasileira, em qualquer grande capital brasileira, tu serias um vencedor e serias bem acolhido, mas fizeste a opção por Porto Alegre, onde nasceste e depois desenvolveste o teu perfil de múltiplas facetas, que se revelaram nas opções universitárias. Ali tu te encaminhaste, seja pela Engenharia ou pela Arquitetura, depois optando pelo curso de Ciências Jurídicas e Sociais, que revela exatamente a tua preocupação nos mais variados campos do conhecimento. Com muita propriedade, o Ver. Antonio Hohlfeldt, que me antecedeu, soube muito bem caracterizar o perfil da tua maneira de agir, sempre com uma expressão de absoluta tranqüilidade, de reflexões calmas, procurando transmitir tuas idéias e experiências adquiridas nas tuas viagens, na tua vida, sempre enfatizando a importância de adquirir conhecimentos fora de nossa Cidade para trazer as experiências boas e positivas de fora para dentro de Porto Alegre.

É esse Carlos Smith que conhecemos no cotidiano, no convívio contigo. É esse Carlos Smith que foi sempre presente e que nos orgulha ter como Cidadão Emérito de Porto Alegre. As tuas obras, por si só, até aqui feitas, seja como empresário, como empreendedor ou como homem de atividades negociais, já fizeram de ti um vencedor, mas, certamente, este Título que a Câmara Municipal te outorgou e que hoje em Sessão Solene nós te fazemos a entrega, servirá, tenho certeza, como estímulo para a continuidade dos trabalhos que procuram engrandecer a nossa Cidade.

Uma saudação especial a tua família, a tua esposa, aos teus filhos, a tua mãe e, certamente, temos certeza de que o teu pai, o Sr. Mário, que não está mais aqui conosco, ficaria orgulhoso de ver o reconhecimento da Cidade de Porto Alegre ao seu filho Carlos Smith. Parabéns! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra e falará em nome do PPB.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O gaúcho, cujos antepassados desbravaram, aos quatro ventos, a vastidão do pampa, tem como características básicas a insaciabilidade da conquista de espaço, a perseguição obstinada do alcance de seus propósitos e a defesa quase intransigente de seus ideais, nos quais se inserem princípios e valores imarcescíveis.

Perlongando o País, de norte a sul e de leste a oeste, poderá o observador atento encontrar marcas indeléveis assinalado a passagem ou a presença de gaúchos, ampliando a ocupação do território pátrio, tornando produtivas terras inaproveitadas, alastrando capital, engenho, tecnologia e, sobretudo, talento empreendedor, por todos os pontos onde a oportunidade se apresenta, alavancando progresso com sua determinação realizadora.

Esse breve prólogo serve para destacar as características de maior relevo da personalidade de Carlos de Freitas e Castro Smith, porto-alegrense e gaúcho, a quem esta Casa homenageia - ao conceder-lhe o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre - por proposição do Ver. Paulo Brum, a quem saúdo e cumprimento pela iniciativa.

Tenho a satisfação de me considerar amigo pessoal de Carlos de Freitas e Castro Smith, a quem conheço há mais de dez anos e a quem muito admiro, não apenas pelo seu vasto e elogiável currículo pessoal e profissional, cuja leitura completa ocuparia todo o espaço de que disponho e, portanto, não farei aqui. Dele ressalto apenas a liderança em um grupo empresarial que atua em vários estados brasileiros e também em Punta del Este, dinamizando a economia, gerando progresso, impostos e empregos, dando sua parcela de contribuição para a realização do bem comum.

Mas admiro Carlos de Freitas e Castro Smith muito mais pelo seu caráter e, de modo especial, por suas convicções. Estamos diante de um idealista que, como todos os de sua estirpe, tem a capacidade de sonhar com a perfeição e de perseguí-la incansavelmente, galgando, passo a passo, o caminho que leva até ela, mesmo que se mostre distante. Estamos diante de um homem que não se satisfaz com o já feito e que sabe que o mundo de amanhã pode e deve ser, necessariamente, melhor para o que faz a sua parte e dá testemunho de que o difícil não é, necessariamente, impossível.

Estamos diante de um homem que crê na política e que nela reconhece o principal caminho para a preservação da paz e para a realização da igualdade e da justiça entre as pessoas. E porque crê na política, representa e alimenta a idéia de que é absolutamente necessária a participação integrada da população, das lideranças empresariais e organizacionais e dos políticos para uma ação de grande magnitude, no sentido de resgatar a cidadania e viabilizar uma pátria em que a sociedade seja verdadeiramente livre, igualitária, justa e feliz.

Por tudo isso, Senhores e Senhoras, é com grande alegria que, em nome do Partido Progressista Brasileiro, cuja Bancada tenho a honra de integrar, juntamente com os dignos Vereadores João Dib, Pedro Américo Leal e Beto Moesch, incorporo-me à homenagem que, hoje, a Câmara Municipal, pela decisão unânime de seus integrantes, presta a Carlos de Freitas e Castro Smith, concedendo-lhe o Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre.

Ficam honrados a Cidade e seus cidadãos em tê-lo entre os detentores desse Título, pois levam a certeza de que se engrandece o grupo dos que o receberam e se amplia o quadro dos que bem podem representá-la em qualquer situação. Parabéns Carlos Freitas e Castro Smith. E que Deus Nosso Senhor o abençoe. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, pelo PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Presidentes ou representantes de entidades de classe; senhores empresários; senhores da imprensa; meus senhores e minha senhoras, especialmente os familiares do Dr. Carlos de Freitas e Castro Smith, e faço referência muito especial a figura da sua mãe Dona Alba de Freitas e Castro Smith.

Diz a máxima Bíblia que “Os últimos serão os primeiros”. Dúvidas eu tenho de que nesta hora possa-se reafirmar essa colocação, uma vez que, se o primeiro sou nesta hora, sou o primeiro a enaltecer a iniciativa do Ver. Paulo Brum, que já foi amplamente gizada na tribuna, não só pelo proponente da iniciativa, a quem caberia a honraria maior, como também pela eloqüência dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, José Fortunati, Isaac Ainhorn e João Carlos Nedel. Poderia, inclusive, nesta hora, dizer que, subscrevendo as afirmações feitas anteriormente, eu comporia o meu pronunciamento e faria a homenagem mais do que merecida a que Carlos Smith faz jus da Cidade de Porto Alegre, neste dia em que ele recebe o título de Cidadão Emérito da Cidade. Mas não poderia-me omitir de vir à tribuna nesta hora. É que, liberal que sou, não me furtaria de estabelecer alguns raciocínios desta tribuna, especialmente quando vejo a Casa do Povo de Porto Alegre, na sua unanimidade, reconhecer os méritos de um jovem empresário gaúcho cujos empreendimentos se espalharam pelo Brasil e fora do território nacional.

É que para nós, liberais, não saudar o sucesso, não saudar o vencedor, não saudar o empreendedor é uma omissão imperdoável, porque nós apostamos no êxito da sociedade como um todo, na razão direta em que as individualidades desenvolvem suas potencialidades. E todos sabemos que Carlos Smith é, efetivamente, um bravo, um empreendedor corajoso, audaz, ousado, e que a sua presença em tantos quadrantes da geografia brasileira, na Bahia, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina, em São Paulo, a sua presença no exterior, em Punta Del’Este, nos empreendimentos que ele coordena, nada mais é do que fruto dessa sua vocação empreendedora. Vocação de homem que tem lucidez sobre o mundo em que vive e que, ciente dessa realidade, tem a ousadia e a coragem de enfrentá-la com desassombro e entusiasmo e, sobretudo, com espírito empreendedor. Esse homem, que eu tenho tido o privilégio, nos últimos anos, de conviver mais intensamente, é uma daquelas pessoas que, eu acho, que nós tínhamos de estabelecer como exemplo de retidão, como exemplo de competência, e como manifestação de eficiência.

Ver. Fernando Záchia, V. Ex.ª que é um disciplinado e que me alerta pela campainha que o meu tempo se esgota, tolere apenas um segundo a mais para que eu possa dizer ao Carlos Smith que pessoas como ele Porto Alegre tem que proclamar pelo exemplo que eles representam. Ele, Carlos Smith, como outros tantos que compõem a nossa galeria de Cidadãos Eméritos de Porto Alegre - aqui muito bem representados na figura do Dr. Telmo Kruse - nos propiciam a possibilidade de dizer a toda a sociedade porto-alegrense, e através da sociedade porto-alegrense, ao Estado e ao País, que, nós representantes do povo, não somos insensíveis, e sabemos reconhecer aquelas pessoas que têm que ser eleitas como exemplo para ser oferecido àqueles que vêm nos suceder.

Por isso, Ver. Paulo Brum, para concluir, eu quero fazer uma afirmação que eu acho justa, ninguém melhor, nesta Casa, podia fazer essa homenagem ao Carlos Smith do que V. Ex.ª, pois que tem algo de parecido comigo, mas muito mais elevado. Eu herdei do meu pai e da minha mãe o desconsolo de não aceitar as coisas apenas porque as coisas são difíceis de serem mudadas, V. Ex.ª foi vítima de um desafio muito maior, e superou com a sua garra, com o seu desconsolo, com o seu desassombro, e eu tenho absoluta certeza de que V. Ex.ª se mirou nesse exemplo e projetou, na figura do Carlos Smith, um vitorioso, um homem de garra, um entusiasmado, um empreendedor, um vencedor quando me disse: “Esse homem nós precisamos oferecer como exemplo para Porto Alegre.” E nós, seus companheiros de trabalho, lhe acompanhamos na decisão, consagrando por unanimidade Carlos Smith Cidadão Emérito de Porto Alegre.

Ver. Fernando Záchia, efetivamente, concluindo, eu diria que espero fazer uma homenagem muito maior ao Carlos e nisso sei que vou contar com a solidariedade de todos os Vereadores que estão, hoje, aqui, o homenageando. Eu sei que o Carlos gostaria de estar muito mais presente na vida econômica e social de Porto Alegre, nesta Porto Alegre que é sede de seus negócios, e para isso todos nós temos de compreender a sua visão, a sua larga visão, e criarmos, definitivamente, em Porto Alegre um clima favorável de estímulo aos homens que empreendem, que realizam, que produzem, como o Carlos Smith, o novo Cidadão Emérito de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Registramos a presença dos Vereadores João Bosco Vaz e Ervino Besson.

Convidamos o Ver. Paulo Brum para que proceda à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Carlos de Freitas e Castro Smith.

 

(Procede-se à entrega do título.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Sr. Carlos de Freitas e Castro Smith está com a palavra para se manifestar como novo Cidadão Emérito de Porto Alegre.

 

O SR. CARLOS DE FREITAS E CASTRO SMITH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Vejam, esta Casa representa para mim, talvez, o que nós temos por dentro de mais forte no seu próprio conteúdo, nas suas próprias idéias. E com tantos Vereadores, grandes políticos, de uma forma gentil, fica difícil para mim sentar aqui - como um bom quitandeiro que sou - e falar à altura desta Casa e destes Vereadores. Mas, como sempre fui e, talvez, um dos meus talentos é ser metido, nós trabalhamos e estamos aqui. Este é um momento muito importante de estabelecer e frisar, exatamente, o que nós queremos e pretendemos na nossa caminhada.

Eu saí de Porto Alegre com seis anos de idade e fui morar em São Paulo. Esse foi um momento de uma profunda transformação, porque esta nossa querida Cidade de Porto Alegre, com todos os seus predicados e valores importantes que tem na sua cultura, já naquele momento tinha me dado - acho que implementado – valores da nossa sociedade, do nosso convívio gaúcho. E esses valores foram muito bem sedimentados por minha família. Com seis anos de idade saí de uma cidade para uma muito maior. Foi um momento importante em que o mundo se abria. Percebia, com seis anos, que tudo aquilo que eu tinha visto até então poderia ser diferente. As pessoas poderiam pensar diferente. As pessoas poderiam ter sonhos diferentes. As pessoas poderiam de uma forma geral nem saber de onde você vinha. Esse momento, acho que foi muito importante, porque pude estabelecer que a pluralidade talvez seja um dos grandes bens que nós temos e devemos exercer. Essa pluralidade, quanto mais exercida, quanto mais respeitada, quanto mais provocada, ela realmente vai nos trazer os grandes valores e vai estabelecer em nós, talvez, os verdadeiros patamares para que cada dia possamos acordar e procurar fazer um pouquinho melhor aquilo que fizemos no dia anterior. É através do choque das idéias, é através do choque das convicções, é através da capacidade de escutar, é através da capacidade de dizer que nós podemos, efetivamente, estabelecer uma sociedade mais eficiente, mais justa.

Esta Casa, entre tantos momentos em que convivi, e como dizia, aos vinte e quatro anos comecei a conviver, pela curiosidade, com políticos de uma forma geral, fora do Rio Grande ou dentro do Rio Grande do Sul. O ato de conviver com a política estabelece e estabeleceu um novo paradigma para mim. As verdades eram verdades, mas precisavam ser discutidas e questionadas. As convicções, antes de mais nada, podiam ser próprias, mas, no momento em que elas se defrontavam, nova convicção se estabelecia na sociedade. Essa luta permanente para se estabelecer ideais que possam comungar com uma sociedade toda é que foi uma grande semente colocada em meu coração. Em determinado momento - eu comecei a trabalhar muito cedo - aos dezessete anos comecei como empreendedor. Aos dezessete anos eu comecei a empreender. Aos dezessete anos eu entrei em uma empresa, e havia funcionários, impostos, desafios, havia concorrências, havia problemas que precisavam ser solucionados e sempre as coisas muito maiores do que eu próprio, naquele momento, imaginava ser capaz, ter condições de solucionar.

Eu segui procurando fazer uma faculdade que eu tivesse vocação, e cheguei a conclusão de que, ao final, a minha grande vocação era produzir, era gerar empregos, era criar idéias e tentar implementá-las. Nem todas são boas, mas o importante é que, efetivamente, se tenha idéias, se tenha vontade, se tenha sonhos e que esses sonhos possam ser realizados. E essa força - que se cria dentro de nós - é a força do progresso, é a força que nós temos que estabelecer em toda a nossa comunidade, para que todos nós, para que todas as pessoas possam acordar com um sonho, com uma vontade de produzir e de fazer.

Nós temos que estabelecer que isso é uma verdade absoluta. E nós temos que criar ao nosso redor, na nossa Cidade, no nosso Estado e no nosso País, que este é um País que você pode nascer todos os dias; renascer todos os dias com uma idéia e que você tem condições de desenvolver e de lutar por essa idéia e se ela for boa, e se você lutar muito por ela, você tem condições de vê-la, criar, nascer e desenvolver.

Esse espírito gauchesco de pegarmos o nosso cavalo e conhecer novos horizontes, me fez, permanentemente, buscar informações. E, muitas vezes, dentro da nossa empresa, digo, enfim, nós temos uma burrice todos os dias que temos que suplementar, e nós temos que ter a capacidade, permanentemente, de saber ouvir, analisar e discutir. A necessidade de concordar está muito longe da capacidade de escutar as pessoas.

Então, temos que estar permanentemente buscando novas informações. E, quando me fazia buscar novas informações, lutar, ir para o exterior, uns dos questionamentos, que quase todos os professores me faziam, lá fora, diziam o seguinte: “Como você, um brasileiro, com um País tão grande, com tanta disponibilidade de riqueza, explica que esse País não oferte condições básicas para que as pessoas que vivem nele possam ter a expectativa de crescer cada vez mais? Como você explica? Aquilo deveria ser um País que todos gostariam de ir, vocês deveriam ter as fronteiras fechadas e ter imigrantes batendo todo o dia nas portas desse País querendo trabalhar. Deus foi generoso com o País, deu-lhe bom clima, terras e tantas coisas. Por que vocês não aproveitam?” Esse questionamento permanente deixava-me profundamente chateado, magoado e irritado.

No início, talvez confundido com inteligência e questionamento com patriotismo, possivelmente pouco eu escutava e respondia com muito vigor. Em determinado momento, a gente resolve realmente olhar um pouquinho para dentro. Nessa olhada para dentro, nessa discussão, eu cheguei a uma profunda convicção pela qual eu talvez tenha mais vontade de lutar. Hoje eu tenho e olho, por isso tenho tanta vontade de participar com os políticos desta e de outras Casas. Esta Câmara representa um potencial fantástico, poucos sabem dos seus políticos de alta qualidade com quem tenho um grande prazer em sentar, lutar, discutir e ouvir, independente da sua origem, do seu partido, do seu credo. É uma fantástica riqueza difícil de ser recriada em outras Câmaras, em outros lugares, em outras cidades e em outros Estados. Se eu pudesse, largaria qualquer outro contato e estaria aqui dentro, porque é através dos Vereadores, quando se cria o verdadeiro político, é aquele político em que está junto com o seu consumidor, é policiado, é lutado, o seu voto é de muita transpiração e ele responde, permanentemente por aqueles que estão elegendo.

Essa é a verdadeira política. Esse é o modelo, que países mais elaborados têm procurado desenvolver, inclusive, em nível de deputados e outros tantos cargos que têm dentro de uma República, na formação da estrutura política de um País, procurando trazer a ele, num conceito distrital, a proximidade e a origem com os seus eleitores.

Nesta Casa, a necessidade e a luta dos Vereadores para estarem aqui, na luta dos seus votos, na luta do desempenho, representando àqueles que os elegeram, é realmente, talvez, o maior exemplo da democracia que um País pode ter.

Em determinado momento, e voltado para essas provocações - na época junto com Jorge Gerdau e Donald Stuart - montamos o Instituto Liberal, porque não havia e não há dentro do meu coração, nem deles, nenhum tipo de ideologia, mas uma vontade muito grande de questionamento, de que alguma coisa que parece que o destino reservou a um País generoso como o nosso. Parece que nós estamos destinados a ser terceiro mundo? Não! Tudo depende da luta que nós pudermos empreender e da convicção que, cada um de nós, aqui poderá fazer nas suas próprias atividades. Não há destino definido. Há, sim, resultado de ações mal-resolvidas ou mal locadas.

Eu não acredito no Estado forte. O Estado, para mim, tem um objetivo, ele é feito para dar conforto aos cidadãos. O Estado é um ente abstrato, um corpo forte cuja massa é o produto ao profundo respeito às liberdades individuais, à arte da política, à pluralidade de pensamentos e ao exercício das mais variadas idéias, dentro de leis previamente convencionadas.

Qualquer conceito, independente de momento, que sobreponha o Estado ao cidadão, é, sob meu ponto de vista, a forma mais nefasta de organização política que, no fundo, só é voltada a escravizar, a curto, médio e longo prazo, os cidadãos de um País.

Há milênios, convivemos com prosaicos Estados que poderíamos comparar, por analogia, a serpentes que encantam com propostas generosas, fantasiosas e – por que não? – até sedutoras, de proteção e privilégios. Esses monstros, que podem ser de direita, de esquerda, seja lá em que tipo de ideologia se coloquem ou em nome de quem falem, na verdade, vigoram e se misturam sempre numa proposta de generosidade e de tutela ao cidadão indefeso.

Nós temos que criar a cidadania em que todos os cidadãos tenham a capacidade de saber seus destinos; temos que criar uma cidadania em que, efetivamente, a pluralidade, a democracia, a liberdade, sejam um respeito profundo ao cidadão. Esse respeito profundo não é somente um conceito legal, mas é um conceito de atitudes.

Na verdade, esses grandes Estados, em nome da sedução, normalmente, acabam criando castas privilegiadas, em demérito de uma grande maioria distante do poder. As políticas totalitárias tendem a perceber e a entender o ser humano como um ser imperfeito, que, solto, causará sempre o prejuízo de alguém, pois move-se por instintos primordiais, primários, de egoísmo e outros qualificativos não-mencionáveis.

Eu, na luta por aquilo que aprendi, da liberdade do ser humano, entendo que o ser humano é a coisa mais perfeita, a obra mais perfeita realizada por Deus. De tal forma foi brilhante - essa criação - que fomos dotados, nós seres humanos, de todos os sentidos acrescidos desse fantástico atributo que é linguagem organizada. Tudo isso pilotado por aquilo que se chama ou se fala que é a inteligência.

Em toda a trajetória do desenvolvimento humano, essa capacidade dada ao homem superou dificuldades em períodos dos mais difíceis da história, onde alguns decidiram por muitos. Exatamente, sempre que se deu o direito, de alguns decidirem por todos, é que os grandes problemas, as grandes catástrofes, as grandes guerras se instalaram dentro das nações sempre em nome do bem social.

Isso não é privilégio de esquerda e nem de direita, de nada; isso é privilégio da falta de democracia e da falta de credo ao cidadão. No entanto todos esses períodos negros, todos esses momentos nefastos poderiam ser colocados ou orientados como uma face imperfeita do cidadão? Foi esse mesmo cidadão que a luta, a busca de seus direitos trouxe as mesmas soluções. Frente a eles, o ser humano soube entender os seus erros e determinou-se em busca do melhor.

Esta Casa é um exemplo dessa luta permanente, porque permanentemente, todos os dias confrontam-se diálogos, ideologias, conceitos, convicções e esta Casa procura trazer a Porto Alegre através de um processo, de uma democracia plena, um equilíbrio de gestão; trazer um equilíbrio em que nós - isso é muito importante - saímos de muitos e muitos anos em que o Executivo era um poder acima de todos os demais. Tenho alertado a todos os meus grandes amigos Vereadores e outros políticos, que o momento é outro no Brasil. O momento é que, efetivamente, há uma crise, há corrupção, há uma crise para todos aqueles que querem fazer as coisas da forma como querem fazer. Hoje, o momento é de pura democracia. Hoje, Casas como esta devem ter a capacidade e a convicção de que, juntos, podem governar qualquer coisa. E que, juntos, Executivo, Judiciário e Legislativo, efetivamente, através de um perfeito equilíbrio, levam a uma forma generosa de crescimento, a uma forma que, em certo sentido, Deus já deu a nós, brasileiros, que é a capacidade de conviver em paz.

Todos os que aqui lutam, trabalham e que eu conheço, são exatamente o resultado desta convicção, são grandes democratas. E eu me sinto profundamente honrado em receber dos Senhores esta homenagem. Lembro que antes de sair de Porto Alegre, da janela do meu quarto, no fim de um prédio, eu olhava toda esta Cidade. Em determinados momentos e dias de inverno ela ficava um pouco cinza. E eu dizia: “Por que a gente não pode, todos, nos juntarmos e pintá-la de branco?”

Eu acho que todos nós podemos ter convicções e podemos trazê-las à Porto Alegre. E por que não fazê-la a melhor Metrópole, o melhor Estado?

Nós podemos, se quisermos, gaúchos, com a capacidade de trabalho que nós temos, com a capacidade instalada de perseverança, de valores culturais, nós podemos ser, em dez ou quinze anos, o maior Estado, sob o ponto de vista econômico desta Federação. E se não o fazemos é porque não o queremos, mas podemos fazer. Não temos que deixar o nosso futuro a cargo dos outros; nós podemos fazê-lo. Nós podemos ter uma cidade com parques mais bonitos do que Buenos Aires ou avenidas ou qualquer outra coisa, que qualquer outra cidade tenha no mundo. E do que depende? Só de nós. Temos que criar ambiente em que o desenvolvimento, a riqueza, a prosperidade, sejam, efetivamente, lembradas como Porto Alegre. Nós temos de gerar impostos, nós temos de gerar escolas, e se faz isso, e se cria isso, através do desenvolvimento e da aplicação de leis, dizendo que aqui é bom investir, aqui é bom de se viver, que aqui é bom abrir uma fábrica, que aqui é bom fazer qualquer coisa antes do que qualquer outra cidade.

Eu voltei a Porto Alegre por opção própria, porque tenho a convicção de que os valores são fantásticos. Agora precisamos nos juntar para criar o melhor ambiente para tornar, permanentemente, esta Cidade a melhor do Brasil. Nos nossos corações eu tenho certeza de que já o é. Essa é uma provocação que tenho certeza de que esta Casa tem a possibilidade e a capacidade de fazer, e sempre tenho procurado, dentro das minhas limitações, ofertar alguma ajuda para que se possa fazer de Porto Alegre a melhor Cidade do Brasil.

O Presidente, certamente, teve a delicadeza de não apertar a campainha, isso porque sou quitandeiro, porque se eu fosse um político passaria o dia discursando. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convidamos os presentes a ouvirem a interpretação do Hino Rio-Grandense pelo barítono Sérgio Santos, acompanhado pelo pianista Germano Mayer.

 

(É interpretado o Hino Rio-Grandense.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Agradecendo a presença dos senhores damos por encerrada a presente Sessão Solene. Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h42min.)

 

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